Discurso inaugural pronunciado pelo Senhor doutor, Ministro da Cultura
p. 23-24
Texte intégral
1Excelentíssimo Senhor Alain Poher,
2Presidente do Senado,
3Excelentíssimo Senhor René Monory,
4Ministro da Èducação Nacional,
5Senhores Embaixadores
6Senhoras e Senhores
7A presente Mesa redonda se inscreve no conjunto das manifestações do Projeto Brasil-França. Nosso objetivo central tem sido contribuir para uma melhor percepção mútua das complexas realidades que compõem nossos países.
8A estratégia que adotamos consistiu em mostrar grandes conjuntos que permitam conhecer segmentos significativos do universo cultural brasileiro. Daí a exposição de Arte Popular, em abril deste ano, que pretendeu revelar algo de nosso subconsciente coletivo a través da forma utilizada pelo povo para exprimir livremente seus desejos, deixar brotar seu imaginário, ligar o fazer cultural ao cotidiano da vida.
9A grande Retrospectiva do Cinema brasileiro, também neste ano, sem precedente por sua amplitude e representatividade, teve o mesmo objetivo de mostrar o que é próprio da criatividade brasileira: o espírito de experimentação, a coragem da ruptura com o convencional, a capacidade de improvisação, com vistas a superar a insuficiência de meios e de técnicas.
10Sendo ao mesmo tempo criatividade cultural e organização industrial, o cinema se presta particularmente a revelar a problemática da cultura do mundo atual.
11A grande Exposição de Artes Plásticas, que entregaremos ao público francês na próxima semana, também sem precedente por sua amplitude e abrangência, é uma terceira face desse poliedro representativo de nossa cultura que vimos pacientemente construindo. A forma final dessa construção será dada pela grande exposição de 1989, ano em que completamos um século de vida republicana, cujo objetivo é proporcionar uma visão de conjunto dessa terra de contrastes, onde coabitam povos originários da Europa, de África, da Ásia e da própria América, formando um país-continente, ainda em formação, de contornos nem sempre claramente definidos, mas de identidade já vigorosamente manifestada.
12Paralelamente a esses eventos, e visando melhor conectá-los, procuramos abrir um espaço de reflexão e de diálogo sobre a realidade brasileira e a forma como ela é percebida na França. Em um primeiro momento, tivemos a presença de 15 escritores brasileiros, dos mais representativos da geração actual, para um amplo intercâmbio de opiniões e impressões dentro e fora do âmbito universitário de Paris. Um debate mais sistemático, abrangendo a realidade social, econômica, política e cultural do Brasil será organizado, por ocasião da grande Exposição de 1989.
13Mas, antes de chegar a hora desse balanço, devemos parar para interrogar-nos uns aos outros: que sabemos de nossas realidades mútuas? Como se configuram, diante de nossos olhos, aqui e lá, as mensagens que nos enviamos mutuamente? A presente Mesa redonda se destina a responder a questões desse gênero.
14No processo de aprendizagem, pelo qual nos transformamos em membros de uma sociedade com identidade cultural, absorvemos informações que cristalizam em nosso espírito a imagem de outras sociedades. Também nos preocupa abordar criticamente esse fluxo de informações codificadas, e contribuir assim para enriquecê-lo e atualizá-lo.
15Desde as «Lettres Persanes» de Montesquieu, sabemos que observar outra cultura pode ser a melhor forma de alcançar uma consciência crítica da própria. A aventura em que nos vamos lançar na descoberta do outro não deixa de ser um exercício de auto-purificação, de avanço na tomada de consciência do que somos nos mesmos. Que tenhamos podido empreender esta Mesa redonda, trabalho de autocrítica a quatro mãos, constitui uma prova da alta estima que nossos povos se votam mutuamente. Sem essa empatia não se obtém um conhecimento autêntico da realidade de outra cultura.
16Registro o meu agradecimento a todos que colaboraram para transformar esta iniciativa num evento cultural de grande alcance para a aproximação de nossos povos, em particular o Instituto de Altos Estudos da América Latina e a Maison des Sciences de l’Homme.
17Agradeço também a honra que me concedeu o Ministro da Educação Nacional, o senhor René Monory, convidando-me para copatrocinar este evento.
Auteur
Ministro da Cultura
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