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Prefácio

p. 13-14


Texte intégral

1É com imenso prazer que o Museu Nacional de Etnologia vê materializada neste volume a edição sistemática de uma das muitas coleções que integram o seu património arquivístico, neste caso o conjunto das missivas dirigidas a Jorge Dias pelas mais de duas dezenas de antropólogos e folcloristas brasileiros com os quais aquele se correspondeu entre 1949 e 1972. Testemunhos da rede de relações profissionais e científicas estabelecidas por Jorge Dias no Brasil, assim como dos desenvolvimentos que a disciplina antropológica conhecia neste período em cada um dos países, estas cartas integram o “Arquivo Particular de Margot Dias e Jorge Dias”, que, por doação dos seus herdeiros, veio a ser incorporado no museu em 2003. Relativamente a este arquivo deve ser evocado, desde já, o papel fundamental que Margot Dias desempenhou na sua preservação e sistematização, incluindo a documentação que agora se publica e, por outro, todos os esforços que Joaquim Pais de Brito, diretor do museu entre 1993 e 2015, desenvolveu no sentido de impedir a eventual dispersão dos diversos fundos científicos daqueles fundadores do museu, iniciados com a aquisição da sua biblioteca logo naquele primeiro ano.

2Sendo resultado de uma parceria com o CRIA - Centro em Rede de Investigação em Antropologia, este projeto editorial não teria sido possível, em primeiro lugar, sem as pesquisas que Ana Teles da Silva – organizadora desta obra e autora dos artigos de enquadramento da correspondência – efetuou sobre este corpus documental, originalmente para a sua dissertação de doutoramento em Antropologia (Na trincheira do folclore: intelectuais, cultura popular e formação da brasilidade – 1961-1982, UFRJ, 2015) e posteriormente desenvolvidas no artigo “Correspondências de cientistas sociais brasileiros para Jorge Dias: duas margens de uma interlocução transatlântica” (Etnográfica, vol. 20 (3), 2016, pp. 607-630).

3Do mesmo modo, não poderia este projeto ter sido possível sem João Leal, que estimulou a edição desta obra e se empenhou na sua concretização, assim como a sua contextualização em profundidade da importância dos anos “brasileiros” na obra científica de Jorge Dias globalmente considerada. Aqui expressamos, pois, o nosso maior agradecimento a Ana Teles da Silva e a João Leal pelo seu trabalho rigoroso e pelo conhecimento produzido sobre este fundo do “Arquivo Particular de Margot Dias e Jorge Dias”, assim como pela possibilidade da sua divulgação pública através da presente edição, num projeto de articulação com a academia que consideramos exemplar e cuja metodologia e resultados muito gostaríamos de ver replicados em solicitações de acesso congéneres às diversas coleções e fundos arquivísticos do museu.

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