Nota editorial
p. 11-12
Texte intégral
1Na Introdução à 2,a edição de Casas Esguias do Porto e Sobrados do Recife (1986), Ernesto Veiga de Oliveira escrevia: « Um dos assuntos sobre que, como investigadores integrados no Centro de Estudos de Etnologia, nos debruçámos com particular interesse, logo após a sua criação em 1947, foi a habitação tradicional portuguesa. O nosso propósito era levar a cabo um estudo global sobre esse tema, analisando e estudando a casa na complexa variedade dos seus aspectos, arquitectónicos, etnográficos, culturais, sociológicos e históricos. No prosseguimento deste objectivo (e sem falarmos de uma série de curtas notas sobre algumas das formas qualificadamente primitivas que subsistiam nas zonas montanhosas ou pastoris mais arcaizantes do País, das quais a primeira data de 1946, e que vieram a incluir-se num trabalho de síntese sobre as Construções Primitivas em Portugal, editado pelo Centro em 1969) [e reeditado nesta colecção em 1988], publicou-se um número considerável de pequenas monografias em que se descrevem vários tipos de casas regionais, que constituíram achegas para outros tantos capítulos desse projectado estudo global. »
2A despeito da magnitude do tema pode dizer-se que além da obra Arquitectura Popular em Portugal, do Sindicato Nacional dos Arquitectos, a bibliografia mais substantiva e consistente neste domínio deve-se a Ernesto Veiga de Oliveira e Fernando Galhano. A dispersão desses escritos por diversas revistas, contudo, dificulta a sua utilização. Tomava-se por isso imperativo dar corpo a esse objectivo longínquo que encerrava o sentido unitário de todos esses estudos de modo a integrá-los numa síntese final definitória da nossa arquitectura regional.
3Atendendo à nossa solicitação, Ernesto Veiga de Oliveira retomou finalmente esse trabalho. Mas ele foi dramaticamente interrompido pela doença que o vitimou sem haver concretizado efectivamente a sua versão final.
4Foram duas as hipóteses que, em alternativa, havia estabelecido: a publicação daquelas monografias precedidas apenas de uma pequena introdução; a revisão e ampliação do artigo Arquitectura, publicado no 1.° vol. de Arte Popular em Portugal (1959), de modo a com ele construir uma ossatura e visão geral em que os estudos monográficos de caso articuladamente se inseriam. Optámos por esta última versão mais ampla e complexa, e que por isso mostrava lacunas e interrogações assinaladas em listagens sumárias que o Autor não chegou a preencher e esclarecer.
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