Apêndice I
p. 187-190
Texte intégral
1F. Krüger, op. loc. cit., pp. 119/122, indica os seguintes nomes para as diferentes espécies de algas que, na área nortenha, constituem o argaço :
algas, algaço, argaço – Rio Minho (Tui), Rio Lima (arredores de Viana do Castelo), Póvoa de Varzim (como em certas partes da Galiza);
salgaço – (Póvoa de Varzim) ;
sargaço – (Abremar) ;
seba ;
correão (alga marinha em forma de correia e aproveitada para adubo da terra);
bodelha, botelha, ou carvalho do mar – alga vesiculosa ;
fita (como correão) – (Viana do Castelo);
limo ;
tabórra – alga castanha-escura, com talo de meio-metro e pseudo-folhas estreitas e compridas – (Viana do Castelo).
2Por seu turno, em Aguçadoura – Estudo Económico-Agrícola, Lisboa (Junta de Colonização Interna), 1944, pp. 36/40, depois de se notar «que nem todas as plantas são conhecidas por nomes próprios», e que «alguns aplicam-se a mais do que uma espécie», indicam-se as seguintes algas com a designação botânica das respectivas espécies (que se completam com estampas coloridas de cada espécie descrita, entre pp. 32 e 33) :
3CLOROFÍCEAS – Chorão ou chorão do mar, candeias e pingarelhos – Codium tomentosum Stackh : talo curto muito ramificado dicotomicamente, levemente achatado, tomentoso, verde escuro, com as extremidades dos segmentos obtusos; base de inserção grossa.
4FEOFÍCEAS-FUCÁCEAS – Botelho ou Bodelha, mais raramente Botelha – Fucus vesiculosus Lin.: frondes estipuladas, dicotómicas, com as partições relativamente largas, com uma nervura média, margem inteira e com grandes vesículas esféricas ou levemente alongadas. Frequente em toda a costa. O termo usa-se também na região com sentido genérico: aplica-se a todas as algas que se apanham à mão.
5Botelho bravo – Pelvetia danaliculata (L.) Done et Thur : frondes estreitas em tufo, de 5 a 15 cm de comprimento, profundamente caneladas de um lado e convexas do outro, multidicotomo-ramosas, rígidas e coriáceas, verdes. Sempre baixo.
6Cintas – Himanthalia lorea I.yngb. Também chamada cordas e corríolos (Averomar) : talo com a base obcónica coroada por um disco cóncavo, do qual partem centralmente duas partições lineares, compridas, repetidamente dicotómicas, gradualmente atenuadas nos ápices. Coloração verde oliváceo escuro. As frondes são muito compridas e estreitas. Aparece em todo o tempo, para o interior, no mar alto, em mantadas que se cortam à faca, às vezes tão intensas que dão para carregar dois barcos. Muito gordas para as terras e por isso apreciadas.
7Frosque – Bifurcaria tuberculata, Stackh – (Pycnophycus tuberculat Kutz) : talo cilíndrico, dicótomo, irregularmente ramificado, de coloração verde oliváceo, com ramificações geralmente desiguais, com os receptáculos alongados terminais e simples.
8FEOFÍCEAS-LAMINARIACEAS – Rabo negro – Laminaria Cloustoni Edmondst : talo laminar, cartilagíneo, verde oliváceo escuro, com o estípite mais ou menos alongado, cilíndrico, rugoso, consistente; lâmina arredondado-contraída na base e dividida em partições largas convergentes, por vezes subdivididas. O mesmo que folha e folha de maio, denominada em espalhol correa. Com valor agrícola semelhante ao taborrão.
9Taborrão – Laminaria saccharina Lamour : talo coriáceo, verde oliváceo escuro, com o estípite mais ou menos alongado cilíndrico; disco basal largo; lâmina acunheada na base, rasgada em lacíneas, ora estreitas ora mais largas; superfície, sobretudo na base e em seco, com numerosas cristalizações sacarinas. Também é chamada taborra, e, quando nova, rabeiro. É a mais grossa e uma das mais apreciadas como fertilizante. Pode atingir 3 metros de comprimento.
10RODOFÍCEAS – Argacinho das lapas, ou Pele de lapa e Botelho preto – Laurencia pinnatifida Lamour : talo comprido, várias vezes penetipartido, com as frondes desde amarelo pálido e verde azeitona a purpúreas, cartilagíneas, com os tegumentos alternos, lineares, com as extremidades das últimas partições arredondado-obtusas.
11Argaço das fisgas – Polysiphonia elongata Harv. : talo ramificado com as ramificações filamentosas, que lembram crinas, castanho-avermelhadas nas partes mais velhas; nuas no inverno e densamente vestidas na primavera de numerosos râmulos atenuados na base e ápice.
12Asa de pito – Polyneura Helliae (Grev) Kylin – (Nithophyllum Hilliae Grev.) : talo laminar vermelho escuro, tornando-se rosado e depois alaranjado, espesso, semi-transparente, curtamente estipitado, expandindo-se numa fronde arredondado-flabeliforme, irregularmente dividida, às vezes quase simples com poucos lobos marginais, outras vezes profundamente fendidas até à base em poucos segmentos largos; lobos por vezes divididos nas margens, crespos e prolíferos. Lembra lâminas finas de borracha e embranquece, rapidamente, sob a acção da chuva.
13Botelho ou botelho da pedra – Cryptoleura ramosum (Batt.) Kylin – : Nitophyllum laceratum Grev) (talo laminar purpurescente ou vermelho-acastanhado, papi-ráceo, muito delgado, mas um tanto rígido, séssil ou com estípite curto, dicotómica e irregularmente ramificado, de contorno semi-circular, com as partições relativamente largas e terminadas por vezes em duas ou mais lacíneas curtas, apendiculares.
14Botelho borriço ou botelho risso – Gigartina pistilata Stackh : frondes púrpureas ou vermelho-acastanhadas, dispostas em denso tufo, indivisas na base, ramificadas dicotomicamente constituindo um todo flabeliforme, com as ramificações repetidamente forquilhadas nuas ou com curtos râmulos horizontais e agudos; cistocarpos solitários ou geminados, sésseis nos râmulos.
15Botelho comprido – Rhodymenia palmata Grev. : talo laminar castanho-purpures-cente ou avermelhado, coriáceo ou membranoso, com 10 a 40 centímetros de comprido, atenuado na base, dicotomicamente ramoso, por vezes subdividido junto à base.
16Botelho crespo – Chondrus crispus Lyngb Também chamado na região Botelho rino : talo laminar, subcoriáceo-escuro, dicotomicamente ramificado, de contorno semi-circular com a base longamente acunheada, estipitada e as partições largas, arredondadas na extremidade, ligeiramente sobrepostas, com esboços de novas ramificações e levemente bulbosas. Outras vezes apresenta as últimas ramificações já formadas e mais delicadas.
17Botelho gordo – Calliblepharis lanceolata Batt. (Rhodymenia jubata Grev) : talo laminar com as frondes avermelhadas, às vezes tornando-se esverdeadas na extremidade, cartilagíneas mas flácidas, lanceolado-oblongas, reunidas pelos estípites sobre uma porção basilar do talo com aspecto rizomatoso, providas de ramificações marginais e por vezes vestidas de proliferações semelhando espinhos.
18Botelho macio ou Argaço risso – Halarachnion ligulatum Kütz (Halymenia ligulata C. A. Agardh) – às vezes também chamado Botelho Gordo: talo laminar subcartilagíneo, púrpureo-escuro, com as frondes irregulares, por vezes com a parte média larga, penetipartidas ou bipenetipartidas, estipitadas e reunidas em porção basilar com aspecto rizomatoso. Por vezes, também a parte média das frondes alarga na extremidade, bifurcando-se em partições iguais ou desiguais. Com pé caloso, pelo qual se prende às conchas e outros objectos duros, aparece nos penedos fundos.
19Botelho melado – Trichothemnion coccineum Kg. : talo alternamente ramificado, delgado, plumoso, com as ramificações graciosamente divididas em outras de diversas ordens, todas, bem como o eixo, cobertas de filamentos semelhando pelos. Coloração purpúreo-rosada.
20Cabelo do rabo negro – ou simplesmente cabelo – Pterosiphonia thuyoides Schmitz (Rytiphlaea thuycides Harv.) : talo formando tufos de ramificações erectas, filamentosas, irregularmente ramificados, com os râmulos regularmente pinulados, articulado; cistocarpos ovóides, numerosos, inseridos nos râmulos. Consistência subcartilagínea ; coloração amarelo-esverdeado ou acastanhada. Vive sobre outras algas, como o rabo negro.
21Francelha – Gelidium sesquipedale Thur (Gelidium corneum Lamour. var. sesquipedale Grev.). Aplica-se este nome também a outras espécies: – na Apúlia é conhecida por Guia – : talo cartilagíneo, levemente comprimido ou achatado, linear, tripinulado, com as pínulas atenuadas na base e os râmulos lineares, curtos e obtusos. Coloração vermelha-purpúrea, às vezes mais clara e esverdeada, sobretudo nas extremidades. Aparece no inverno e também na primavera.
22Limo ou limos – Nome dado a diversas espécies. Aplica-se mais restrictamente às do género Ulva (U. cornucopiae, U. latíssima), noutros sítios denominadas alface do mar (Láminas grandes, translúcidas, ondulantes).
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