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Liminaires

p. 21-25


Texte intégral

Nuestra ventura, que fue cuntra nuz,
Por tierraz estrañaz nuz tiene perdidaz.
G. Vicente, Farça das Ciganas.

... somos señores de los campos, de los sembrados, de las selvas, de los montes, de las fuentes y de los rios
... por dorados techos y suntuosos palacios estimamos estas barracas y movibles ranchos
Cervantes, La Jitanilla.

Ao senhor
Gaston Paris

1Meu querido amigo:

2Encontrei muitas e valiosíssimas lições e direcção para os meus estudos em todos os seus escritos, e mais de uma vez, nas horas de desalento, vieram as suas palavras afectuosas insuflar-me o ânimo que me falecia. Tinha eu, pois, razão sobeja para honrar a página de dedicatória de um livro meu com o seu nome ilustre e venerado, não para pagar a dívida, que não se paga, mas para provar que a tinha bem presente no meu espírito.

3Não era este volume de modestíssimas aspirações o que eu destinava a esse preito, mas obra de mais fôlego e por ventura menos imperfeita. Todavia as circunstâncias dolorosas da minha pátria, resultado previsto de causas contra as quais combato há mais de vinte anos, a incerteza do futuro, até o mais próximo, tiram-me a segurança da perspectiva de levar a cabo os trabalhos a que tenho consagrado mais tempo e mais sacrifícios.

4Agora que se me oferece ensejo de lhe enviar uma expressão pública do meu respeito e reconhecimento, aproveito-a, pedindo-lhe que, como crítico a aprecie no pouco que ela vale, mas como amigo a considere só pelo que ela quer significar.

5Lisboa, 1 de Setembro de 1892.

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