Largada
p. 9-16
Texte intégral
Castelos a Bombordo – rota e deriva
1A silhueta da nave como transporte de traços culturais tem de alguma forma corporalizado, desde a publicação do Black Atlantic (Gilroy 1993), a fluidez das diásporas. Os projetos de investigação Castelos a Bombordo (I e II), financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, recorreram ainda no título à mesma metáfora – associando-lhe a dos Castelos – para explorar outros trânsitos, de outros colonialismos, noutras direções e sentidos que não os que Gilroy perseguiu. As investigações centraram-se primeiro nas rotas que ligam historicamente Portugal a alguns países árabes e islâmicos, balizadas por práticas de cooperação patrimoniais contemporâneas (Marrocos, Mauritânia, Irão)1; alargaram-se, depois, a outros países africanos (Senegal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique) investindo na análise de memórias, nostalgias e outros recursos patrimoniais, e às implicações dos regimes do turismo que a estes, muitas vezes, estão associados2.
2O objetivo básico das pesquisas era o de permitir uma análise das reconfigurações étnicas e nacionais encenadas com base em novas figurações identitárias (do que é português, árabe, muçulmano, africano, diaspórico, nacional) construídas em parceria através de processos da arqueologia e da patrimonialização espoletados por práticas atuais de cooperação e diplomacia e/ou lubrificadas pelo turismo internacional. Mas não investimos em ruminações sobre ruínas (Stoler 2008), nem nos balizámos por inspirações teóricas globais do pós-colonialismo cuja força centrífuga, como já foi dito (Vale de Almeida 2000, Ferreira 2007, Medeiros 2006), pode irradiar das etnografias as especificidades do que foi o nosso império e seus encontros. À escala local, aquela que acabámos por privilegiar, o objetivo de partida era o de entender a gestão quotidiana dos novos regimes do património e do turismo, especialmente em contextos de pobreza, e o modo como ela é determinada por – e afeta – conformações culturais e normas e categorizações sociais locais prévias. Daí partimos, nalguns casos mais do que noutros, para exercícios empíricos (mas não empiricistas) de imaginação antropológica (Comaroff e Comarof 2003). E são apenas esses exercícios que podem ser vistos como pequenos contributos para uma eventual teorização do pós-colonialismo português. O resto é etnografia, mas não nos pareceu isso irrelevante ou, de modo algum, redundante (Comaroff e Comaroff 2003).
3Eminentemente antropológicos, estes projetos tiveram, contudo, uma abordagem multidisciplinar, aliando à Antropologia a História e a Geografia. Entre outras coisas representam um importante passo no sentido da análise crítica das relações políticas de cooperação cultural com países com quem Portugal manteve relações históricas e permitirá monitorizar os seus efeitos sociais e culturais. Nesse sentido, recuperam uma valência cosmopolita crítica da Antropologia relativamente às relações internacionais, do turismo e da cooperação, abrindo espaço à participação de jovens investigadores num registo e em contextos em que, em Portugal, a importância da disciplina tem sido relativamente ignorada.
4As intenções de investigação sofreram alguns constrangimentos. Uns justificados por restrições orçamentais impostas pela FCT, outros relacionados com imponderáveis que afetaram de forma dramática a equipa: o falecimento de Jill Rosemary Dias. Outros foram, ainda, determinados por situações de instabilidade política nos contextos em análise ou pelas próprias contingências etnográficas dos terrenos progressivamente analisados. Mas os condicionamentos apontados ajudaram-nos a lembrar que, mesmo em Antropologia, “navegar é preciso” e que a boa etnografia só se escreve com uma enorme disponibilidade para a deriva: só ela, e os desvios e encontros fortuitos a que obriga, desenham rotas seguras.
Castelos a Bombordo – o livro
5Isto não é um diário de bordo. Nem, em todo o caso, esgota todos os registos e publicações que resultaram das investigações (e que podem ser consultados em formato panorâmico mais adequado em http://castelos-a-bombordo.tiddlyspot.com e em http://castelos-a-bombordo-ii.referata.com/). Registamos aqui em livro apenas alguns dos momentos que nos pareceram significativos da reflexão que resultou da nossa cabotagem etnográfica.
6Preparando a partida, o Paulo Raposo, a Ana Rita Moreira e eu incluímos numa primeira parte – A Norte do Oriente, a Sul do Ocidente – algumas reflexões cardeais sobre os sentidos que os outros, que colocamos noutros lugares, têm para nós, aqui. Assim se faz uma cartografia de expressões etnogenealógicas, académicas, diplomáticas, performativas e outras que nos preparam para a fantasia de alguns dos mapas em que, de seguida, navegaremos.
7Logo a Sul, a segunda parte do livro: Marrocos a Bombordo e a Estibordo.
8Foi Mazagão – um dos casos mais monumentais da “Herança patrimonial portuguesa em Marrocos” aqui analisada por Romeo Carabelli – que nos levou, a mim e ao José Alberto Tavim, em deriva etnográfica pelo Atlântico, atrás de “Marrocos no Brasil”, nas festas de Santiago no Amapá. Perseguimos no arquivo e no campo a memória dos portugueses mazaganistas exilados de Marrocos na sua metadiáspora amazónica, mas encontrámo-la hoje diluída na memoração simbolicamente mais forte e empoderada da diáspora africana, e mesclada com outras vindicações índias e locais. Em Marrocos, José Alberto Tavim encontra também, n’ “O Castelo Abandonado” a mesma dissipação da memória de portuguesa nas retóricas institucionais e contemporâneas dos judeus marroquinos, frequentemente diluída na castelhana. Nessas etnogenealogias, mais ou menos legitimadas academicamente, Portugal não é exaltado (muitas vezes nem referido) por ancorar as origens sefarditas remotas do judaísmo marroquino, mas sim por acolhê-lo, em segunda diáspora, no seu renascimento moderno: o centro da comunidade é assim localizado em Marrocos.
9O enquadramento monumental do património luso edificado em Marrocos – que, como Carabelli demonstra só é possível ativar por se tratar de um património do “passado do passado” – não é proporcionalmente acompanhado pela vivificação da memória dos portugueses entre os marroquinos (tanto entre os poucos judeus quanto entre os muitos muçulmanos), a não ser, precisamente, pela imagem mitificada, que frequentemente lhes é atribuída, de grandes construtores (imagem que a sul, na Mauritânia, ainda se confunde com a de judeus e outros gigantes bafur: ver Freire 2011). E é a mesma diluição num passado remoto, diferido, que permite a instalação e admite, neste lugares, um diálogo indulgente de instituições e populações locais com o luso-tropicalismo que ainda preside às retóricas monumentalistas portuguesas de cooperação. Como resumi noutros lugares (Cardeira da Silva 2011 e 2012), pode argumentar-se que o regime patrimonial do governo português – junto com projetos de outros agentes, como os da Fundação Calouste Gulbenkian – são configurados, a nível internacional, por seis fatores fundamentais os quais, em conjunto, desenham a especificidade de Portugal no que respeita às relações bilaterais com uma boa parte dos territórios onde permaneceu histórica e militarmente: 1) o discurso – e a crença – no luso-tropicalismo e a correspondente performance política, 2) a harmonia entre a retórica do luso-tropicalismo e a oratória da “diversidade criativa” do regime da UNESCO, 3) a vetustez, comparativamente maior face a outros colonialismos, do colonialismo português em muitos dos contextos em que investe patrimonialmente, 4) o facto de o poder económico e político de Portugal, em termos globais, ser hoje inócuo e irrelevante, apesar de manter 5) uma posição estratégica interessante na União Europeia e alimentar uma vocação atlântica, e 6) o boom da nostalgia colonial (Werbner 1998, Bissel 2005) que alimenta, desde os finais do século passado, a industria da memória (Klein 2000) e o turismo. Estas ocorrências têm permitido a Portugal projetar, através de conexões globais ativadas por programas de monumentalização sob a alçada da UNESCO e outras, um modelo de nação fortemente baseado na romanticização do seu passado colonial3.
10Quem vem de Marrocos, onde o maghzen e a monarquia encobrem há muito a tribo, a raça, e etnia, é surpreendido, nos terrenos da Mauritânia, pela expressividade da primeira (sobretudo a norte), das segundas (mais a sul, na margens do Senegal), e de todas nos interstícios do Estado. Com a terceira parte deste livro, e com a Mauritânia a Bombordo, ficamos a saber por Abdel Wedoud Ould Cheikh que a exótica participação dos portugueses nos processos de patrimonialização só pode entender-se ali através de uma complexa genealogia de construtores da nação, profundamente exógena do ponto de vista da construção das suas retóricas e performances mas, também, das suas infraestruturas, e claramente induzida por progressivas reconfigurações étnicas e tribais. Do mesmo dá conta, a outro nível, e sobretudo partindo de registo oral, Francisco Freire: as narrativas contemporâneas relativas aos encontros pré-coloniais com europeus (nalguns casos prefigurando portugueses) na região oeste-saariana, fazem-se sobretudo com recurso à sua incorporação em modelos tribais. Mas, ao contrário do que Ould Cheikh refere para o património, estas narrativas genealógicas não parecem instituir qualquer tipo de rotura passível de desenvolver uma nova historicidade, nem submeter-se a qualquer “grande narrativa”; nesse sentido, qualquer leitura teleológica destas histórias presentistas servirá, apenas, para ampliar uma visão fútil da contemporaneidade.
11Não será, no entanto, assim em toda a Mauritânia, nem com todos os encontros. Em “Contradições e desafios entre os Imraguen da costa atlântica mauritana”, Joana Lucas e Raquel Carvalheira mostram como uma população cuja definição identitária tem sido moldada endógena e exogenamente por vocabulários múltiplos que articularam marcadores tribais, profissionais e étnicos, não hesitam, no panorama contemporâneo da gestão participativa, em incorporar o léxico da narrativa da conservação nas suas reconfigurações identitárias.
12Apesar das constantes actualizações inerentes a todos os processos identitários, existem, contudo, continuidades profundas nalguns dos trilhos mauritanos. Os turistas perseguem hoje rotas que eram outrora as dos peregrinos (no seu caminho para Meca) as quais, por seu turno, decalcavam os passos de caravanas comerciais: do ouro, do sal, dos escravos, da goma-arábica. Mas ainda mais do que nos trânsitos e viandantes, é nos produtos e mercancias que as resiliências se evidenciam. Depois de colocar a goma-arábica no quadro emergente da economia-mundo a partir do século XIV, Amélia Frazão-Moreira abandona os caminhos mais batidos dos novos meharistas e detém-se, em Ouadane, nos usos daquilo que moveu outrora cáfilas, depois (sem no entanto as substituírem: cf. Ould Cheikh 1999) caravelas e, por fim, disputas prolongadas entre empórios: a goma-arábica. Traçada a curva ascendente e descendente da grande traite, Frazão-Moreira recua no espaço, e avança no tempo, para os usos e saberes locais contemporâneos relativos à goma, transportando-nos off the beaten track para zonas recônditas da vida e ritmos quotidianos de Ouadane, refratárias, de facto, aos fluxos globais das pessoas e do conhecimento.
13Na quarta e última parte da viagem e do livro, navegamos à deriva, mas à vista, perseguindo Outros castelos e cronotopos do regime do turismo e do património em África. Francisco Leitão detém-se na Casamansa no Senegal, onde o passado “português” (ainda mais do que Carabelli nos disse, por exemplo, para Marrocos) é mais do que isso: é um país, talvez, demasiado estrangeiro ou demasiado distante. Fazendo uso etnográfico de cinco tipos de “Existências e utilizações contemporâneas da Casamansa ‘portuguesa’”, Leitão retoma o debate com Nora e Hertog, em torno dos tropos memória-História, para concluir – de modo semelhante ao que Francisco Freire fizera para o Sudoeste da Mauritânia – que “a “história” não comeu ainda a “memória”, nem lhe destruiu de todo os seus “mecanismos múltiplos e desmultiplicados, colectivos, plurais e individualizados”” (Nora 1984: XIX – tradução sua).
14Na nossa única abordagem à costa oriental, na Ilha de Moçambique, Carla Sousa mostra, mais uma vez, como o passado é matéria-prima, bruta e dúctil, para os jogos identitários do presente. Mas, tal como Bissel (2005) constata para Zanzibar (onde a reconstrução do espaço urbano se estrutura igualmente em torno da “cidade de pedra” colonial), sob uma aparente nostalgia colonial que poderíamos entender como mera reposta a forças globais ou ao assalto da modernidade, coexistem diferentes discursos e formas de lembrança que ora se antagonizam, ora se articulam, iluminando as cisões e fusões próprias da comunidade fictícia que as produz.
15A viagem termina com uma viagem – a do “Primeiro Cruzeiro de Férias às Colónias”, realizado em 1933 – prometendo encetar o domínio ainda pouco explorado do turismo colonial. Sandra Oliveira e eu embarcamos no paquete que leva a nação a ver e a mostrar-se ao império, num importante momento e exercício de estabilização e configuração do passado para melhor preparar o futuro. Bem diferente, essa, da viagem deste livro que, seguindo as mesmas rotas, procurou os novos desígnios desses velhos destinos.
***
16A adoção ou não do acordo ortográfico ficou ao critério dos autores. A transcrição de vocábulos árabes segue, em traços gerais, a tabela, nalguns casos simplificada, que José Pedro Machado utiliza no Dicionário Etimológico de Língua Portuguesa. A tradução, a partir do francês, do texto de Romeo Carabelli é da minha responsabilidade e a de A. Ould Cheikh ficou a cargo de Francisco Freire. Agradeço-lhe, como à Ana Rita Moreira, o auxílio na tarefa ingrata da revisão editorial, e a todos os autores o entusiasmo na viagem e a competência nas etnografias – de campo e, noutros casos, de arquivo – que dão forma e espessura a este livro.
Agradecimentos
17A Jill Rosemary Dias
18E a
19Abdelmajid Kaddouri, Université Hassan II Mohamedia-Casablanca
20Abdel Wedoud ould Cheikh, CNRS
21Alanna Cant, London School of Economics
22Alberto Bargados, Universidade de Barcelona
23Alexandre Inglez, CRIA
24Angeles Ramirez, U. Autonoma de Madrid
25António Araújo, Parque Nacional do Banco de Arguim
26António Montenegro, Embaixador de Portugal em Dakar
27António Sopa, Arquivo Histórico de Moçambique
28Augustin Senghor, Maire de Gorée
29Azzedine Karrah, Ministére de la Culture – Fez
30Baldéu Chande, Parque Nacional do Limpopo
31Dionigi Albera, IDEMEC-MMSH, Aix-en-Provence
32Domingos Muala, PNG
33Elemine ould Mohamed Baba, Universidade de Nouakchott
34Elsa Amaral e Fernando Macedo
35Francisco Máximo e Francesca Bruschi
36Hermínia Ribeiro, Instituto Marquês de Valle Flôr
37Isabel Fiadeiro, Nouakchott
38Institut de Gorée
39José Horta, Centro de Língua Portuguesa em Dakar
40José da Silva Horta, FLUL
41Manuela Raminhos, CRIA
42Mohamed Lemine, Ouadane
43Maria Esperança, Instituto Marquês de Valle Flôr
44M.a José Aurindo, Centro de Estudos Geográficos UL
45Museu Etnográfico da Praia (Cabo-Verde)
46Noah Cissé, Dakar
47Nelson Graburn, Berkeley University
48Parque Nacional da Gorongosa
49Pierre Bonte, CNRS
50PNBA, Direcção e funcionários
51Regina Bendix, University of Göttingen, Germany
52Romeo Carabelli, CITERES, Tours
53Sébastien Boulay, Universidade Paris Descartes
54Silvestre Lacerda, Direcção-Geral de Arquivos
55Rui Quadros
56Vasco Galante, PGN
57Yahya ould al-Bara, Universidade de Nouakchott
58Zeida, Auberge Vasques, Ouadane
59… entre muitos outros que permitiram, apoiaram e inspiraram as nossas investigações nos Castelos, a Bombordo.
Bibliographie
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Notes de bas de page
1 Castelos a Bombordo I. Práticas de monumentalização do passado e discursos de cooperação cultural entre Portugal e os países árabes e islâmicos (POCTI/ANT/48629/2002). Instituto de Investigação Científica e Tropical, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Investigadora responsável, Maria Cardeira da Silva.
2 Castelos a Bombordo II. Práticas e Retóricas da Monumentalização do Passado Português, Cooperação Cultural e Turismo em contextos africanos (PTDC/ANT/67235/2006). Centro em Rede de Investigação em Antropologia, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve. Investigadora responsável, Maria Cardeira da Silva.
3 E isso mesmo quando não existem alicerces edificados que a sustentem (como acontece, por exemplo, na Mauritânia: Cardeira da Silva 2006).
Auteur
ORCID : 0000-0002-7300-9482
Doutorada pela FCSH-UNL e docente na mesma Faculdade. Até 2011 foi coordenadora da Linha de Investigação Cultura: Práticas, Políticas e Exibições do CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia). Desenvolveu trabalho de campo relativo aos processos e retóricas de patrimonialização e turismo em zonas de património de origem portuguesa, particularmente em Marrocos, Mauritânia e com breves incursões no Senegal (ilha de Gorée) e Irão (Ormuz). Desenvolveu ainda trabalho de pesquisa e reflexão teórica sobre o património de origem árabe em Portugal. Investigou e publicou também sobre questões de identidade de género em contextos árabes e islâmicos. Foi Investigadora Responsável dos projetos Castelos a Bombordo I (POCTI/ ANT / 48269/ 2002) e Castelos a Bombordo II (PTDC/ANT/67235/2006) e Novos Fluxos e Percursos Turismo, consumo de património e identidades locais na zona de interação histórica e partilha cultural entre Portugal, Espanha e Marrocos (FEDER).
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Castelos a Bombordo
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