1 - Geografia da colecção
Texte intégral
1Em obra anterior (Branco & Oliveira 1993: 230-231), determinou-se a distribuição da cultura material recolhida por grandes regiões, tomando como unidade de base as regiões definidas no Plano Trabalho e Cultura. Verificou-se que Trás-os-Montes forneceu 28% dos artefactos (324 peças), o Minho 22% (254 peças), as Beiras 21% (239 peças), o Alentejo / Algarve 17% (195 peças) e a Estremadura / Ribatejo 12% (145 peças).
2Agora, o gráfico e o mapa mostram a proveniência dos artefactos da Colecção, de acordo com o concelho onde foram recolhidos. Procurou-se deste modo tornar mais perceptíveis as áreas concelhias preferenciais na colecta de objectos.
3O concelho de Montalegre (133 peças) foi o principal alimentador de cultura material para a Colecção. Segue-se Nisa (81 peças),Vinhais (79 peças), São Pedro do Sul (69 peças) e Arcos de Valdevez (60 peças).
4Embora com quantitativos mais baixos, são ainda importantes os resultados obtidos em Cabeceiras de Basto (48 peças), Castro Daire (46 peças), Amarante (44 peças), Ourique (42 peças), Alijó (41 peças), Miranda do Douro e Sardoal (40 peças cada), Aguiar da Beira (39 peças), Almeida (38 peças), Santarém (37 peças), Alcoutim (35 peças) e Crato (33 peças).
5Se atendermos ao facto de um talão de doação da equipa alentejana A-3 se reportar ao plural “objectos artesanais” e um outro a “miniaturas de cortiça”, a posição do concelho de Ourique sai valorizada (Branco & Oliveira 1993: 59). O mesmo acontecerá com Arcos de Valdevez, pois a magra lista de recolhas registadas pela brigada M-3 entra em contradição com os muitos quilos da remessa feita para Lisboa (Branco & Oliveira 1993: 127).
6Na campanha de recolha de cultura material, é o interior do território continental que toma a dianteira, com destaque para alguns municípios da raia norte, do Minho Interior, da Beira Alta, do Alto Alentejo e da zona de transição do Alentejo para o Algarve.
7O universo empírico utilizado para a construção desta geografia da cultura material foram os talões de aquisição de material etnográfico preenchidos pelos estudantes do Plano Trabalho e Cultura no terreno.
8No entanto, importa salientar que, nos meses seguintes ao fim da campanha, Michel Giacometti fez algumas deslocações para transporte e aquisição de material etnográfico (ver capítulo 1). Mesmo admitindo que a viagem ao Algarve e ao Juncal (Porto de Mós) se destinou a levantar objectos já apalavrados, as expedições a Alcácer do Sal e a São Pedro de Sintra para compra de cangas e outros artefactos — muitos deles provenientes da Beira Litoral — terão permitido alargar a mancha de cobertura do território. Estes últimos dados são demasiado imprecisos para serem contemplados numa quantificação e posterior cartografia. Há, no entanto, que tê-los presentes, quando se pretenda uma leitura mais aprofundada do mapa elaborado.
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